quinta-feira, 13 de junho de 2013

Amor x Medo

“Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê. O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade. E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro. Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos. Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.” — Martha Medeiros

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Relacionamento cabuloso...

Dói né, alguém que vc gosta dizer, vai fundo, tem que correr atrás mesmo e vc querendo que ela diga, isso aí, eu estou com vc, eu vou com vc... É triste, alguém te dizer vc ta dando um novo rumo a minha vida e depois te dizer, não dá mais... É horrível, alguém te fazer se sentir a mulher mais especial do mundo e depois te abandonar como se fosse mais uma na vida dele... É irônica, a vida, as pessoas, as palavras, o mundo... Pense antes de falar, de agir, se compreenda, se entenda, se defina, se ame primeiro... depois se entregue a alguém que realmente te valoriza, pois a felicidade está no alcance de qualquer um que se importe em tê-la.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sonho!?

Amava o jeito que ele pegava no meu rosto pra me beijar, a forma como me olhava e desejava meus lábios, o choque que sentia no toque da nossa pele, a mania que ele tinha de arrumar o cabelo, tudo nele me fascinava. Me perdi, me achei, me entreguei de cabeça, larguei tudo e fui! Fui porque nunca tinha sentindo abraço tão bom com um carinho tão imenso, fui porque nunca tinha imaginado que nos tornaríamos um casal tão comum. Sabe… Tínhamos tudo, um futuro, um presente, gostamos das mesmas coisas, brincávamos com a espuma do shampoo, escrevíamos recados nos espelhos, e o jeito que ele me abraçava ao dormir era incrivelmente protetor, tão protetor que nem pesadelos tive depois de conhecê-lo. Transformei ele nos meus sonhos, deixei de lado as minhas prioridades pra que fôssemos ''as nossas”, e quando vi tinha me tornado ele por fim deixando de ser eu. Foi exatamente ai que erramos! Quando fizemos um do outro o motivo de vivermos, quando viramos dependentes e super-protetores demais, nos sufocamos e não sabíamos mais pra onde correr. Imaginávamos a perfeição um no outro, porém nunca a tivemos. Erramos na espera, na renúncia, nas palavras que tanto nos feriam e tornava a nossa relação num filme preto e branco. Com o tempo percebi teu olhar perdendo o brilho, tuas risadas sem espontaneidade, o seu toque mais frio, a sua mania de arrumar o cabelo mudar, e nós dois que éramos flores começamos a murchar...